Mesas de debate, lançamento de jornal e Parada Poética marcam primeiro DiHumanas do Cotuca

Realizado pela primeira vez, um evento trouxe as atenções do Cotuca a debates e atividades ligados às Ciências Humanas: o DiHumanas (Dia de Humanas). O evento foi realizado na quinta-feira, dia 20 de agosto, e organizado pelo Departamento de Humanidades. Em sua programação, contou com o lançamento do jornal Conexão Cotuca, três mesas de debate e um evento cultural: a Parada Poética.

A primeira atividade do evento foi o lançamento do jornal do colégio, o Conexão Cotuca, as 11h50. O lançamento contou com a presença dos coordenadores do projeto – professores Cristiane Megid e André Pasti – e da equipe editorial, composta por 15 estudantes dos segundos anos de de Informática, Eletroeletrônica, Mecatrônica e Enfermagem e a apresentação do processo de elaboração e do conteúdo da nova publicação bimestral.

A primeira mesa, que começou às 13 horas, teve como tema “Agostos políticos do Brasil: reflexões sobre a crise”, com os professores Edson Joaquim dos Santos e José Henrique Antunes de Vasconcelos, do Cotuca, e a professora Jéssica Valmorbida, pós-graduanda em Filosofia na Universidade de São Paulo e professora da rede particular em Campinas. Os professores buscaram na história recente do país elementos que contribuíram para o entendimento da atual crise política. Para Jéssica, esse debate é importante para que os alunos fujam da superficialidade vista nos protestos hoje em dia e que possam estar munidos de informações para elaborar suas críticas.

A segunda mesa analisou a crise política pelo olhar da mídia. Os professores André Pasti, Cristiane Megid e Célio André Barbosa trouxeram diversos aspectos para o entendimento da mídia brasileira e seu papel nas crises, passando pela construção das “verdades” no jornalismo, a atuação da mídia nas crises da América Latina e as relações da mídia brasileira com as oligarquias políticas do país.

Em seguida, alunos, funcionários e professores do Colégio participaram da Parada Poética. O sarau, comandado pelo poeta e rapper Renan Inquérito (ex-aluno de Mecatrônica Noturno do Cotuca) trouxe a poesia de forma acessível e divertida. Para Karen, funcionária do colégio, a Parada facilmente despertou o interesse em poesia e fez perceber que ela está em quase tudo que vemos. Além disso, ela acrescenta que “o Renan tem boas histórias pra contar e faz um trabalho muito importante e interessante trazendo a poesia para o dia a dia e algumas realidades que às vezes a gente fecha os olhos pra não ver, mesmo estando inseridos nelas”. A aluna do terceiro ano de Enfermagem e monitora de Ciências Humanas, Larissa Cavalcanti, acha importante o colégio organizar eventos como este porque foge, de certa maneira, da rotina cansativa de estudo e coloca aos alunos questionamentos e reflexões.

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Fotos: Márcio Salata. Veja o álbum de fotos completo na página do Facebook na Parada Poética do Cotuca.

O encerramento do DiHumanas se deu com a mesa “A questão de gênero e a emenda que proíbe sua discussão nas escolas”, proposta pelo Grêmio Estudantil do colégio. A mesa contou com Tuany Gasparino (do movimento social Juntas) e Juliana Bernal, do Coletivo Quilombo Urbano OMG, com a professora Simone Vianna como mediadora. Entre os assuntos tratados estava a violência contra mulher e os padrões impostos pela sociedade em relação às questões de gênero e identidade. Para Larissa, o debate de gênero na escola é muito importante. “Além de discutir e entender o que é a palavra gênero em si, pudemos conversar sobre o que seria a emenda que proibiria o debate nas escolas, entendendo suas consequências”, completa a estudante.

Ao final de cada mesa, os alunos puderam fazer perguntas e comentários sobre o que foi discutido. O DiHumanas deverá ocorrer a cada dois anos, intercalando-se com a ocorrência bianual da SeEMTeC (Semana do Ensino Médio e Técnico).

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